sábado, 5 de setembro de 2009

Farinha de Rosca

Quando meu epitélio virar capa de chuva de micróbio, e meu quadríceps descer ladeira sem freio, e meu ílio não sustentar mais minha dança tosca, e meu humorvítreo não definir nem o contraste das neutras cores, e qualquer córtex não responder ao mais premente anseio, e a veia cava superior não cuspir mais o que se bebe, e minha matéria virar farinha grossa de rosca, e o mundo rodar ao sol cinza com a lua beje, e o som que de mim reverbera calar-se surdo perdido na terra ou no calor do fogo. Quando o fim do dia lhe brotar o sono e o cinema do seu inconsciente projetar uma angústia breve. Leve e releve, porque em sua lágrima vai se afogar a minha. Comece tudo do zero, porque na sua vontade ficará a minha. Comece tudo de novo, porque na sua teimosia sucumbirá a minha. Comece tudo do nada, porque na sua vida morrerá a minha.

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