Sou e estou apaixonada por um pitibul que arrancou um pedaço da minha pernadetrês na última procissão de Santa Terezinha dos Conformes. Ele é esclerosado de idéias, fanático por casas da moeda, viciado em concursos públicos de tribunais da inquisição. Pela manhã, acorda cedo para correr atrás dos gatos boêmios, vândalos invasores que não o deixam dormir. Pela tarde, hiberna confortável em sua casinha virtual à procura de albuminas do saber cachorral, a cultura dos cães de guarda da moral. Pela noite, vai às reuniões clandestinas dos cachorros de usquê, um grupo de caninos que mistura a zebuzisse crônica da maçonaria com a fanfarrice das barracas de rótidógui de esquina. Sou e estou apaixonada pela sua forma de latir finês, pela sua vontade de ser cachorro raivoso, pela seu esbelto corpo conservado por hidradantes da Avon de Madureira e pelos espínins incontroláveis da Av. Brasil. Por ele todo, em resumo, sou e estou apaixonada e enfeitiçada. Mas, disse-me o Doutor Saccharomyces Cerevices (acreoumilho, 2007): é fundo sem poço, minha nobre, ele está à procura de cachorras de traço senil. Respirei fundo para não ter que mandar o doutor à putaquelosparile, mas, reta, manti-me na elegância do meu sapato alto de cinderela. Sou enviesada, fio desencapado, linda rosa juvenil. Cachorra que vai descendo até o chão. Não tenho paciência para ficar na varanda de uma casa na Região dos Lagunas e Dourados observando meus donos bêbados disputando uma partida de estrípe-buraco. Quero botar meu bloco na rua, uivar minhas angústias nas horas perdidas da madrugada, dançar com os mendigos mais fedidos e felizes do mundo. Mais fedidos que felizes. Preciso transformar meu cérebro cachorral num queijo suíço e eliminar todos os espíritos de pastores, dóbermans, puldous e chiuauas do meu corpo desbaratinado. Preciso tomar porres homéricos de água com xixi e encher minhas entranhas de lavagem de porco para não ter que pensar que a mordida que você me deu pode grangrenar meu coração. Preciso dormir na rua, levar paulada, banho de chuva, correr atrás dos carros como um louco corre atrás da sanidade. Preciso ficar senil para ter em você, amor-meu-pitibul-traíra, minha constância, minha relevância, minha vontade de ser cachorra e minha única possibilidade de ser vacinada contra a raiva.
domingo, 31 de maio de 2009
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BRAVO !!!
ResponderExcluirPrezada Senhorita Natonga
ResponderExcluirFoi através de uma delinqüente, digo paciente, que tomei conhecimento de sua citação.E pelo prazeroso dever de servir a ciência venho indicar dois artigos que condizem com uma superficial análise de teu texto : http://acre-ou-milho.blogspot.com/2008/02/engole-o-choro-baseado-nos-textos-mire.html, e http://acre-ou-milho.blogspot.com/2007/07/uma-breve-histria-sobre-histeria-anlise.html
Posto isto caso seja de seu interesse, no momento trabalho em outra tese, ja que indentifiquei o tema dentre os jovens atuais. Versa sobre o atual comportamento que dei o nome de Transtorno Pygocentrus natterery ( para casos episódicos ), Serrasalmus rhombeus (quando a coisa está preta e o buraco mais embaixo).A ser publicado, Ed Shacrona)
Neste momento desenvolvo tratamento que já demostra resultados relevantes.A terapia "Freud e seu recalque peniano, mamãe e o sexo." sucesso em lugares como Babilônia, Bariloche,ilha de Caras e alguns bailes funks em redutos cariocas.
Declinarei ao sinuoso convite para "putaquelospares", apesar de simpartizar-me com os ares hispânicos, porém me parece adequado para aplicar meu novo tratamento.
Será um prazer responde-la caso deseje permanente contato.
Atenciosamente
Dr.Sacharomyces Cerevices
Dr.Sacharomyces Cerevices é o cara!
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